sábado, 18 de julho de 2009

II PARTE: FIGURAS DE LINGUAGEM

7. Inversão ou Hipérbato:

Consiste na mudança da ordem natural dos termos da frase; muito presente no Barroco e no Arcadismo.

"De tudo ficou um pouco.
Do meu medo. Do teu asco." Resíduos - Carlos Drummond de Andrade



8. Silepse:

Consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se sebentende, com o que está implícito; é uma concordância anormal feita com a idéia que se faz do termo e não com o próprio termo. A silepse pode ser:

*De gênero: Vossa Excelência está preocupado. [gênero masculino]
*De número: Os Lusíadas glorificou nossa literatura. [o livro]

*De pessoa: "O que me parece inexplicável é que os brasileiros pe
rsistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca". [o autor se inclui entre os brasileiros]


9. Pleonasmo:

Consiste numa redundância (proposital ou não) cuja finalidade é reforçar a mensagem. O Pleonasmo é permitido na literatura, chamado assim de Pleonasmo Literário.

Pleonasmos Literários:
"O cadáver de um defunto morto que já faleceu". - Roberto Gómez Bolaños

"E rir meu riso". - Vinícius de Morais


"Perdoa-me pelo
divino amor de Deus!".

Pleonasmos Viciosos:
Descer para baixo; subir para cima; repetir de novo; viver a vida; entrar para dentro; sair para fora...


10. Anáfora:

Consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.

"Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer". - Luiz Vaz de Camões


"
Tudo era nebuloso, tudo era confuso, tudo era escuro".


11. Antítese:


Consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido, mas de forma alguma se anulam.

"Os jardins têm
vida e morte".

"Eu queria cantar uma canção que
adormecesse os homens e acordasse as crianças". - Mario Quintana.


12. Ironia:

É a figura de linguagem que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se com isso efeito crítico ou humorístico.


"A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças". - Machado de Assis


13. Eufemismo:

Consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavisar alguma afirmação desagradável, muitas vezes associados à ironia.


"Ele enriqueceu por meios ilícitos".


14. Hipérbole:

Trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfá
tica. Muito usado no Barroco.

Estou morrendo de sede.

"
Me derramou na camisa
Todas as flores de abril". - Chico Buarque



15. Prosopopéia ou Personificação:

Consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.

"O jardim olhava as crianças sem dizer nada".
"As
ondas beijavam a areia da praia".


16. Gradação ou Clímax:

É a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax).

"E se um dia hei de ser , cinza e nada [...]" - Florbela Espanca /Graduação, eufemismo e metáfora.

Florbela Espanca.

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