II PARTE: FIGURAS DE LINGUAGEM
7. Inversão ou Hipérbato:
Consiste na mudança da ordem natural dos termos da frase; muito presente no Barroco e no Arcadismo.
"De tudo ficou um pouco.
Do meu medo. Do teu asco." Resíduos - Carlos Drummond de Andrade
8. Silepse:
Consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se sebentende, com o que está implícito; é uma concordância anormal feita com a idéia que se faz do termo e não com o próprio termo. A silepse pode ser:
*De gênero: Vossa Excelência está preocupado. [gênero masculino]
*De número: Os Lusíadas glorificou nossa literatura. [o livro]
*De pessoa: "O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca". [o autor se inclui entre os brasileiros]
9. Pleonasmo:
Consiste numa redundância (proposital ou não) cuja finalidade é reforçar a mensagem. O Pleonasmo é permitido na literatura, chamado assim de Pleonasmo Literário.
Pleonasmos Literários:
"O cadáver de um defunto morto que já faleceu". - Roberto Gómez Bolaños
"E rir meu riso". - Vinícius de Morais
"Perdoa-me pelo divino amor de Deus!".
Pleonasmos Viciosos:
Descer para baixo; subir para cima; repetir de novo; viver a vida; entrar para dentro; sair para fora...
10. Anáfora:
Consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer". - Luiz Vaz de Camões
"Tudo era nebuloso, tudo era confuso, tudo era escuro".
11. Antítese:
Consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido, mas de forma alguma se anulam.
"Os jardins têm vida e morte".
"Eu queria cantar uma canção que adormecesse os homens e acordasse as crianças". - Mario Quintana.
12. Ironia:
É a figura de linguagem que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se com isso efeito crítico ou humorístico.
"A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças". - Machado de Assis
13. Eufemismo:
Consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavisar alguma afirmação desagradável, muitas vezes associados à ironia.
"Ele enriqueceu por meios ilícitos".
14. Hipérbole:
Trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática. Muito usado no Barroco.
Estou morrendo de sede.
"Me derramou na camisa
Todas as flores de abril". - Chico Buarque
15. Prosopopéia ou Personificação:
Consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
"O jardim olhava as crianças sem dizer nada".
"As ondas beijavam a areia da praia".
16. Gradação ou Clímax:
É a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax).
"E se um dia hei de ser pó, cinza e nada [...]" - Florbela Espanca /Graduação, eufemismo e metáfora.
Florbela Espanca.
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