segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

EDGAR ALLAN POE (19/01/1809 - 07/10/1849)





Allan Poe é considerado um dos precursores da literatura norte-americana;
Seu estilo envolve o horror, sátiras e contos de humor;
A ficção científica e a fantasia também são frequentemente utilizadas pelo escritor de forma esplêndida;


As obras mais conhecidas são Góticas. Os temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, como os efeitos da decomposição.


"Trabalhos com significados óbvios deixam de ser arte". Acreditava que o trabalho de qualidade deveria ser breve e concentrar-se em um efeito específico e único.


MORTE


Célebre por seus contos góticos, seus poemas sombrios e suas narrativas arrepiantes, o escritor norte-americano Edgar Allan Poe tornou-se, 150 anos atrás, o autor involuntário de uma das maiores fabulações de todos os tempos: as circunstâncias que levaram a sua própria morte e o que se especulou sobre elas.
De tempos em tempos, pipocam novas teses sobre o misterioso fim do escritor. E são artigos sérios, de pretensão científica, publicados em revistas médicas...A cada nova tese, tem correspondido uma antítese.
*Quatro dias antes de sua morte , o escritor foi recolhido de uma sarjeta, numa rua malvista, na cidade de Baltimore. Estava pálido e trêmulo. Internado no W. College Hospital, passaria a maior parte dos seus dias derradeiros num estado de semiconsciência. 
Tinha febre, espasmos e delírios. 
Chamava continuamente por um tal de “Reynolds”, que até hoje ninguém conseguiu apontar quem fosse. 
A sua frase final teria sido um apelo às hostes celestiais: 
– Lord help my poor soul. ( Senhor, ajude minha pobre alma. )


A tese mais popular é de que tudo foi efeito do álcool – o próprio Poe nunca escondeu o seu gosto pela bebida.
Todas essas hipóteses talvez configurem apenas, ou sobretudo, uma tentativa de riscar um paralelo entre a produção literária de Poe – tão perturbadora, tão cheia de elementos sobrenaturais, corvos hieráticos, amores perdidos – e sua própria vida (morte, no caso).  


Teria o autor, sido vítima da loucura que em tantos contos narrou?


OBRAS


Entre suas obras destacam-se: The Raven (O Corvo, poesia, 1845), Annabel Lee (poesia, 1849) e o volume Histórias Extraordinárias (1837), onde aparecem seus contos mais conhecidos, como "A Queda da Casa dos Usher", "O Gato Preto", "O Barril de Amontillado", "Manuscrito encontrado numa Garrafa", entre outros, considerados obras-primas do terror.


O CORVO


Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."




Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu queria a madrugada, toda a noite aos livros dada
Para esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
                        Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
          Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo:
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais." 
[...]






sábado, 29 de janeiro de 2011

SÊNICA (4 a.C - 65 d.C)

Escritor e intelectual do Império Romano.
Defesa dos ideais estóicos de renúncia aos bens materiais e da busca da tranquilidade da alma por meio do conhecimento e da contemplação.
Irônico, prático, sempre lançando mão de elementos epicuristas, afirma que a sabedoria e a virtude são a meta da vida moral - único bem imortal que possuem os mortais.
Para combater os males do mundo, o filósofo propõe um heroísmo passivo, segundo o qual cada ser humano deve tomar as rédeas da própria vida se quer, enfim, ser verdadeiramente livre.


"Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize seu dia, entenda que se morre diariamente? Nisso, pois, falhamos: pensamos que a morte é coisa do futuro, mas parte dela já é coisa do passado. Qualquer tempo que já passou pertence à morte.
Então, caro Lucílio, procura fazer aquilo que me escreves: aproveita todas as horas; serás menos dependente do amanhã, se te lançares ao presente. Enquanto adiamos, a vida se vai.
Todas as coisas, Lucílio, nos são alheias, só o tempo é nosso."
                                   (trecho da carta I, "Da economia do tempo")


"Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las."

Indico: Aprendendo a Viver - Cartas a Lucílio [L&PM POCKET]